A grande pancadaria em 1969
A maior pancadaria já ocorrida em um Gre-Nal foi no dia 20 de abril de 1969, no clássico 189, que fez parte dos festejos de inauguração do Estádio Beira-Rio. Os gremistas queriam vingança por uma humilhação de 15 anos, quando foram goleados por 6 a 2 pelo Internacional na inauguração do Olímpico, em 1954.
A revanche tornava-se ainda mais quente devido a um detalhe: o goleiro do Grêmio, nos 6x2, que chorava e que ameaçava abandonar o campo, era Sérgio Moacir Torres Nunes. O mesmo treinador em 1969 do Grêmio. O jogo, portanto, tornou-se uma questão pessoal do técnico gremista. Caso perdesse mais uma vez, Sérgio passaria para a posteridade como o pé-frio das inaugurações.
Após uma semana de discussões entre dirigentes, o que quase cancelou o clássico, finalmente, as 15h30, o árbitro Orion Satter de Mello assoprou o apito e decretou o início do jogo.
O primeiro tempo começou com o Inter melhor, mas o primeiro tempo acabou sem gols. No entanto, não faltaram lances violência nas divididas. Na volta para o segundo tempo, o ponteiro Hélio Pires, do Grêmio, foi expulso aos sete minutos. O jogo continuou sem que os times dessem muita atenção para a bola.
Aos 37 minutos, o goleiro Alberto estava com a bola nas mãos. O lateral gremista Espinosa à frente. Urruzmendi, ponteiro do Inter, correu do risco da grande área em direção aos dois, numa evidente e perigosa rota de colisão. Espinosa deu-lhe as costas para proteger o goleiro. Urruzmendi não quis nem saber. Atropelou Espinosa como se fosse ônibus desgovernado. Espinosa caiu e a guerra começou.
Sadi, lateral do Inter, agride Alcindo, no Gre-Nal de 1969. |
Tupãzinho foi o primeiro a atingir Urruzmendi. Que revidou. Lá do meio também vinha Alcindo, bufando e urrando, louco para entrar na briga. Sadi correu atrás dele, agredindo-o no caminho. Alcindo não ligou para o ataque do lateral colorado. Continuou sua corrida e só parou ao encontrar Urruzmendi e aplicar-lhe um soco diretamente no rosto. Urruzmendi retribuiu a agressão em Alcindo. Apesar de brigar bem, Urruzmendi estava em desvantagem numérica e apanhava dos gremistas.
A ajuda não demorou para chegar. Gainete atravessou o campo em linha reta, veloz, e saltou para uma voadora histórica entre os jogadores. Porém, errou o bote e caiu no meio dos gremistas. Levou porrada de todos. A esta altura, os integrantes dos bancos já estavam em campo, distribuindo e recebendo porradas por todos os lados.
Encerrada a confusão, o Grêmio desceu aos vestiários. O Internacional ainda tentou retornar a campo para continuar o jogo. Só então os colorados descobriram que apenas o meio-campista Dorinho não havia sido expulso. No Grêmio, o único a não levar o cartão vermelho fora o goleiro Alberto.
Na saída de campo, os repórteres correram para um dos jogadores que mais brigou, o goleiro Gainete. Rosto ensangüentado, ainda bufando de ódio, ele proferiu apenas uma frase: "Aqui nós é que vamos cantar de galo!"
Internacional 0 x 0 Grêmio
Data: 20/04/1969
Local: Estádio Beira-Rio
Arbitragem: Orion Satter de Mello
Internacional: Gainete, Laurício, Pontes, Valmir, Sadi, Tovar, Dorinho, Valdomiro, Bráulio, Sérgio, Gilson Porto (Urruz Mandi).
Grêmio: Alberto, Espinosa, Ari Hercílio, Áureo, Everaldo, Jadir, Sérgio Lopes (Cléo), Hélio Pires, Joãozinho, Alcindo e Volmir (Tupãzinho).
Gre-Nal dos 7 a 0
O Internacional aplicou uma antológica goleada de 7 a 0 no Grêmio em 1948, na partida final do campeonato da cidade de Porto Alegre. O jogo foi realizado no campo do clube tricolor. Era a época do "Rolo Compressor", e o Grêmio simplesmente não era páreo para a equipe colorada. Alguns nomes haviam mudado, mas a base de Ivo, Nena, Abigail, Tesourinha e Carlitos estava mantida e o time era quase imbatível. Para completar, o Grêmio ficou irritado com uma marcação do árbitro no jogo anterior, e ainda colocou time misto em campo, deixando alguns titulares para um amistoso em Curitiba.
A rapidez das jogadas e os arremates fulminantes do Inter fizeram a rede do Grêmio balançar sete vezes com Villalba (4), Carlitos (2) e Roberto (1). O argentino Villalba, de cabelos cuidadosamente penteados, foi o herói colorado naquela tarde no estádio do Grêmio.
Em 1938, o Colorado venceu o maior rival por 6 a 0, com anulação de 5 gols para o Inter
Até hoje, esta é a maior goleada da história do Internacional sobre o rival. Em 1938 o Inter venceu por 6 a 0 no qual o árbitro Álvaro Silveira anulou cinco gols consecutivos do Internacional pois achava que "era gol demais para um só Gre-Nal".
O Inter jogou com o Rolo Compressor: Júlio Petersen; Viana e Risada; Lewy, Brandão, Silenzi e Acácio Castillo; Sylvio Pirilo, Miguel, Filhinho, Rui Motorzinho. Gols: Acácio (3), Pirilo, Miguel e Filhinho.
Inauguração do Olímpico
No primeiro Gre-Nal da história do Estádio Olímpico, o Inter estragou a festa do seu maior rival. Aplicou um impiedosa goleada de 6 a 2, fazendo da casa do Grêmio, desde então, um palco de vitórias coloradas. Não é à toa que, até hoje, a torcida colorada entoa nos clássicos: "Ahhhhh! Salão de Festas!".
Era setembro de 1954, e o Internacional tinha uma de suas mais temíveis duplas de ataque em todos os tempos: Larry e Bodinho. Um jogo tão festivo que até o árbitro era atração: pela primeira vez um juiz uruguaio apitava, o sr. Carlos Alberto Vigorito. Em campo, o baile foi todo colorado.
Não eram decorridos sete minutos e coube ao Grêmio o primeiro gol do jogo, do meia Sarará cobrando falta. O empate colorado demorou, mas aos 33 minutos, Jerônimo também cobrou falta com categoria e fez 1 a 1. Ainda no primeiro tempo, nem a categoria do zagueiro Ênio Rodrigues, da Seleção Brasileira, impediu que Larry virasse para o Inter, 2 a 1 aos 42 minutos.
O centroavante Larry foi o grande nome do jogo: marcou quatro gols. |
Logo após o recomeço do jogo, Larry arrancou de seu campo driblando todo mundo,com Ênio Rodrigues no seu encalço. Ao chegar à área adversária o centroavante do Inter ameaçou bater em gol. Ênio se atirou para salvar, mas Larry puxou a bola deixando-o deitado. Aí, deu um toquezinho para dentro da goleira de Sérgio, que já estava com dificuldades para conter sua revolta. Mal o jogo recomeçou e o ponteiro Luizinho pegou a bola na ponta, saiu correndo em diagonal, atravessou o gramado da direita para a esquerda, outra vez com o esforçado Ênio Rodrigues no encalço e ao cruzar em frente a área deixou a bola e seguiu em disparada com suas perninhas curtas, em direção a linha lateral. Ênio, meio preocupado com o jogador do que com a bola, seguiu atrás do colorado. Canhotinho veio de trás e bateu, sem marcação, fazendo o quarto gol.
Sérgio, então, perdeu de vez a paciência com seus jogadores e, sem maiores explicações, deixou o gramado e saiu caminhando de cabeça baixa para o vestiário. Ninguém entendeu nada. Alguns jogadores do Inter correram até ele e ouviu-se a voz de Bodinho dizendo:
- Volta, covarde, para tomar mais quatro.
Larry, que no seu Gre-Nal de estréia recebera a solidariedade de Sérgio quando agredido por Xisto, evitou provocações. Apenas aproximou-se, incrédulo, curioso. Sérgio, ofendido, remexeu seus brios e resolveu retornar a campo. Acabou sofrendo mais dois gols, ambos de Larry, mas nesta altura já não tinha estrutura emocional sequer para articular uma frase de reclamação.
Grêmio 2 x 6 Internacional
Data: 26/09/1954
Local: Estádio Olímpico
Arbitragem: Carlos Alberto Vigorito
Gols: Sarará, Zunino, Larry (4), Jerônimo e Canhotinho.
Grêmio: Sérgio, Ênio Rodrigues, Orli, Roberto, Sarará, Itamar, Tesourinha, Milton, Camacho (Vítor), Zunino e Torres (Delém).
Internacional: Milton, Florindo, Lindoberto, Oreco, Salvador, Odorico, Luizinho, Bodinho, Larry, Jerônimo e Canhotinho.
17 clássicos invicto
O recorde de títulos consecutivos na história do Gauchão é do Inter. De 1969 até 1976, na chamada Era Beira-Rio, o Inter conquistou o octacampeonato. Nesse período, o time que tinha craques como Figueroa, Falcão e Carpegiani, alcançou a marca de 17 clássicos Gre-Nais sem derrota. Veja a seqüência da invencibilidade:
|
Gre-Nal - Copa do Brasil 1992
Quis o destino que os arquirrivais Internacional e Grêmio se enfrentassem pelas quartas-de-final da Copa do Brasil de 1992. Depois de eliminar o Corinthians, o colorado pegava o tricolor, que havia derrotado o novato Paraná Clube. Era a segunda vez que os rivais se enfrentavam por uma competição eliminatória. O time do Beira-Rio desejava a repetição do ocorrido nas semifinais da Copa União de 1988, quando eliminaram o mesmo Grêmio. Já o adversário só pensava em uma coisa: vingança.
No dia 6 de novembro de 1992, o confronto de número 316 da história dos clássicos seria realizado no estádio Olímpico. O Grêmio saiu na frente com um gol de Alcindo. O colorado acordou em campo e pressionou muito o gol de Émerson. Mas a bola não entrava, apesar das excelentes atuações de Marquinhos, Maurício e Gérson. Porém, em uma jogada que começou com Élson, passou por Simão e completou-se com um chutaço de Gérson, o Internacional empatou o jogo em 1a 1 e deixou a decisão para a partida de volta, onze dias depois.
Gérson: o herói da classificação
No Beira-Rio completamente abarrotado, os fatos ocorridos no jogo de ida se inverteram. Foi o Internacional quem começou melhor e saiu na frente com um belo gol. Maurício foi até a linha de fundo e cruzou na medida para Gérson, sempre ele, fazer 1 a 0 para o colorado aos 9 minutos do segundo tempo. O Internacional ainda perdeu chances para ampliar o marcador e sofreu o castigo aos 30 minutos, quando Carlinhos empatou a partida. Nos instantes finais, sufoco tricolor e Fernández, Pinga e Célio Silva foram gigantes na defesa, salvando repetidos ataques gremistas.
Com dois resultados iguais, a decisão foi para os pênaltis. Quase à meia-noite daquela noite, o árbitro Renato Marsiglia iniciou a disputa com Alcindo. O atacante gremista isolou a bola por cima do gol de Fernández. O matador Gérson foi lá e bateu com categoria, Inter 1 a 0. Então foi a vez do viril zagueiro Vílson bater e o grande goleiro paraguaio Fernández pegou a cobrança, Inter abria grande vantagem. Marquinhos fez 2 a 0, com grande categoria. Então, Fernández se colocou na história do Internacional ao pegar a cobrança de Jandir e deixar o Inter a um gol da classificação. O capitão Célio Silva bateu forte e selou a classificação colorada, 3 a 0 nos pênaltis e o caminho para o título inédito da Copa do Brasil estava aberto.
Gre-Nal do Século
O Gre-Nal do Século foi antológico. Poderia ter sido somente o clássico de número 297 da história, mas estava em jogo uma vaga na final do Campeonato Brasileiro de 1988. A semifinal foi disputada no dia 12 de fevereiro de 1989. O Inter chegou lá depois de eliminar o Cruzeiro, e o Grêmio depois de passar pelo Flamengo.
A imprensa e a torcida tratou de criar todo o clima de expectativa do Gre-Nal do Século. Os dois times vinham de ótimas campanhas, com uma pequena vantagem do Inter, que podia empatar nos 180 minutos e na prorrogação que estaria na final e automaticamente garantiria presença na Copa Libertadores da América. O primeiro confronto foi realizado no Estádio Olímpico. Empate: 0 a 0. Provocações, brigas e mobilização por parte dos clubes ocorreram. O público total presente no Estádio Beira-Rio foi de 78.083.
Centroavante Nilson escreveu o seu nome na história do Gre-Nal do Século
Estádio completamente abarrotado. Um calor insuportável naquele verão típico dos gaúchos. A fanática torcida colorada recebe o time na entrada de campo com foguetório, aplausos e gritos de guerra. O Inter foi assim escalado: Taffarel; Luis Carlos Winck, Aguirregaray, Nenê e Casemiro; Norberto, Leomir e Luis Carlos; Maurício, Nílson e Edu.
Ao apito inicial do árbitro Arnaldo César Coelho as duas torcidas silenciaram, tamanho era o nervosismo.Aos 25 minutos do primeiro tempo, um duro golpe no Inter: Marcos Vinícius faz 1 a 0 Grêmio. O resultado parcial classificava o tricolor. A comemoração gremista foi maior com a expulsão de Casemiro, lateral colorado, aos 38 minutos. Acabava o primeiro tempo e a promessa de uma etapa final emocionante já se prenunciava no Gigante. Já eram 12 Gre-Nais sem vitória, mas isso terminaria na etapa complementar...
O técnico Abel tratou de mexer na equipe. Substituiu o volante Leomir por um centroavante, o uruguaio Diego Aguirre, e colocou o time no ataque.
Nilson, o autor dos dois gols no Gre-Nal antológico |
A alteração foi sábia, mas causou aflição entre o grupo colorado, como conta o centroavante Nilson, que iria escrever o seu nome na história do clássico com dois gols.
"Pensamos: Ele está louco, estamos perdendo e ele vai abrir ainda mais o time. Seremos goleados".
Mas antes disso, o técnico Abel teria dito com a toda a sinceridade que lhe é peculiar para os jogadores: "Vocês fizeram essa porcaria. Voltem lá e resolvam", esbravejou.
A vitória, garante Nílson, começou três dias antes, no primeiro Gre-Nal das semifinais, no Estádio Olímpico - empate em 0 a 0. Um fato importante envolveu o zagueiro uruguaio Trasante, e o astro colorado Maurício.
"O Trasante estava batendo demais naquela noite na tentativa de intimidar o Maurício. "Acá mando yo", gritava o jogador gremista. E seguiu batendo. "Quando entramos em campo, no Beira-Rio, o Maurício chegou ao lado do Trasante e, apontando para aquele paredão vermelho nas arquibancadas, devolveu: "Acá mando yo". Aquilo serviu para intimidar o gringo.
O próprio Nílson também foi peça fundamental naquele dia. O centroavante colorado sentia fortes dores no tornozelo direito. Inteligentemente, colocou ataduras no joelho esquerdo, que terminou sendo atingido durante todo o jogo, sem consequências. O pé-direito, lesionado, foi o responsável pelo gol da virada.
O Inter começou o segundo tempo melhor, a mobilização do técnico no vestiário surtiu efeito. Aos 16 minutos, o ponteiro Edu Lima sofre falta. Ele mesmo vai para a cobrança. O goleiro Mazaroppi avisa: "Cuidado o Nílson. Marcação cerrada nele, porra!". Apesar do aviso, a zaga gremista vacilou no lance. Nilson já era destaque do campeonato e goleador. A bola alçada na área por Edu encontrou Nilson, que subiu mais que todos e marcou um belo gol de cabeça. 1 a 1.
Nilson empata o jogo de cabeça
A festa colorada sacudiu o Beira Rio. O Inter continuou pressionando e logo em seguida, num contra-ataque de Maurício, que escapou pela direita, driblou dois marcadores e chutou. A bola passou pelo goleiro, mas se encaminhava para a linha de fundo. Apareceu então, por trás da zaga, o carrasco Nílson. Ele só escorou para o gol e marcou 2 a 1 para o Internacional. Era o gol do desabafo, o gol do alívio! O torcedor colorado não esquece disso até hoje.
Nilson marca o segundo gol no clássico: Inter vira o placar para passar às finais Brasileirão |
O clássico foi transmitido ao vivo para todo o Brasil pela TV Globo. O narrador foi Luiz Alfredo que decretou a frase que entrou para a vida do artilheiro. No momento do segundo gol, Nilson se dirigiu a marca de escanteio, ajoelhou-se e o narrador definiu "Nilson não perdoa, mata!". Nilson foi o goleador do Campeonato Brasileiro de 1988, com 15 gols.
Ficha técnica do Gre-Nal 297
Internacional 2 x 1 Grêmio
Data: 12/02/1989
Internacional: Taffarel; Luis Carlos Winck, Aguirregaray, Nenê e Casemiro; Norberto, Leomir (Diego Aguirre), Luis Carlos Martins e Mauricio (Norton); Nilson e Edu
Lima.
Grêmio: Mazaropi; Alfinete, Trasante, Luis Eduardo e Airton; Bonamigo, Cuca, Cristóvão e Jorginho (Reinaldo Xavier); Marcos Vinicius e Jorge Veras (Serginho).
Gols: Marcos Vinicius (G), aos 26 minutos do primeiro tempo, e Nilson (I), aos 16 e 26 minutos do segundo tempo.
Local: Beira-Rio.
Gre-Nal dos 5 a 2
O Inter fazia grande campanha no Brasileirão de 1997. O time treinado por Celso Roth liderava o campeonato e não tomou conhecimento do Grêmio: aplicou 5 a 2 em pleno Estádio Olímpico, com uma atuação história de do atacante Fabiano, que desequilibrou o clássico e marcou dois gols.
Fabiano marcou dois gols e foi o destaque do Gre-Nal do 5 a 2
Naquele momento, o placar eletrônico do estádio Olímpico simplesmente "apagou", para não registrar o vexame histórico na casa do tricolor. Mas, curiosamente, o placar voltou a funcionar quando Sérgio Manoel, em um cruzamento errado, descontou para 4 a 1.
Depois de conquistar o Gauchão de 1997 em cima do Grêmio, com um golaço de Fabiano na final no Beira-Rio, o Inter saiu de casa para encarar outro clássico. Desta vez, o Gre-Nal era válido pelo Campeonato Brasileiro, no dia 24 de agosto, no Olímpico.
Foi um passeio da equipe colorada em pleno domínio gremista. Fabiano, já consagrado no Gauchão, acabou com seus marcadores, marcou dois gols e participou de outro marcado por Sandoval. Christian abriu o placar em uma bela cabeçada, ainda no começo do jogo, após cruzamento perfeito de Enciso. Instantes depois, o goleiro Danrlei é substituído por Murilo, alegando uma lesão muscular até hoje mal-explicada.
Ainda no primeiro tempo, Christian acabou expulso após desentendimento com o volante Otacílio, também expulso de campo. Na sequência, o capitão colorado Fernando brigou com André Santos e ambos foram expulsos, deixando cada time com 9 jogadores. Aos 32, Sandoval ampliou após magistral jogada de Fabiano, que deixou Rivarola sentado e passou para ampliar o marcador.
Fabiano começou seu festa nas redes tricolores aos 16 minutos do segundo tempo: 3 a 0 após rebote de Murilo. Logo aos 23, mais um gol do ponteiro, em um belíssimo chute cruzado, sem chances para Murilo. Na comemoração, Fabiano sai com os olhos esbugalhados e é cercado pelos repórteres. Indagado sobre para quem seria a dedicatória deste gol, o simplório ponteiro colorado diz: "Este gol vai... Este gol vai.. Este gol vai pra todo mundo, porra!".
O meia Marcelo marcou o último gol da goleada aos 38 do segundo tempo, após chute de Luciano e rebote de Murilo: 5x1. Nas gerais, os poucos gremistas que permaneciam no estádio olhavam atônitos a festa completa da Nação Colorada. Nos acréscimos, o reserva tricolor Gilmar marcou um golaço e selou o placar final, 5 a 2 para o Internacional. Irônicamente, os milhares de colorados aplaudiram o gol gremista, selando uma tarde histórica.
Foi o tiro de misericórdia no já agonizante time gremista, que não se achou mais na temporada e escapou do rebaixamento somente na última rodada. Foi uma vitória que lavou a alma dos colorados. Até hoje ainda podem ser vistos adesivos em carros com uma mãozinha espalmada fazendo alusão à goleada: "cinco muito", brinca a torcida. Uma tarde de Fabiano.
Grêmio 2 x 5 Internacional
Data: 24/08/1997
Local: Estádio Olímpico
Arbitragem: Oscar Roberto de Godói
Gols: Christian, aos 4, Sandoval, aos 32 do primeiro tempo, Fabiano, aos 16 e 23, Sérgio Manoel, aos 28, Marcelo, aos 38 e Gilmar, aos 45 minutos do segundo tempo.
Grêmio: Danrlei (Murilo), Arce, Rivarola, Luciano, André Santos, Otacílio, Luiz Carlos Goiano, Beto (Paulo Cesar Tinga), Sérgio Manoel, Zé Alcino (Gilmar) e Guilherme; Técnico: Hélio do Anjos.
Internacional: André, Enciso, Marcão, Régis, Luciano, Anderson, Fernando, Sandoval (Mabília), Arílson (Marcelo), Fabiano (Espínola) e Christian; Técnico: Celso Roth.
Gre-Nal dos 95 anos
A festa dos 95 anos do Internacional foi completa. No dia do aniversário, o Inter venceu o Grêmio, de virada, por 2 a 1 e conquistou o título da primeira fase do Gauchão de 2004. Algumas semanas depois, o clube colorado conquistava o seu 36º título estadual ao bater a Ulbra na final, em Canoas, também de virada, por 2 a 1. Estava mantida a hegemonia colorada no Rio Grande do Sul.
O Gre-Nal dos 95 anos foi disputado em Bento Gonçalves, no novo estádio do Esportivo, o Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos. O Grêmio abriu o placar aos 18min do primeiro tempo, com Luciano Ratinho. Persistente, a equipe terinada por Lori Sandri chegou ao empate aos 29min, em um belo gol do jovem zagueiro Edinho. O ala Chiquinho cobrou falta pela esquerda, e Edinho apareceu livre na área para desviar de cabeça. 1 a 1.
Com a persistência do empate no tempo normal, a decisão do Grupo 1 foi para a prorrogação de 30 minutos. O Colorado mostrava força no preparo físico desenvolvido por Paulo Paixão, e junto com a jovialidade dos jogadores 'pratas da casa', chegou a virada na decisão. Aos 7min, o volante Fernando Miguel cruzou na medida para Nilmar marcar: o atacante colorado cabeceou cruzado, na esquerda da goleira defendida por Tavarelli. 2 a 1.
Quando a festa já começava a tomar conta do estádio em Bento Gonçalves e por todo o Estado, o Grêmio teve Claudiomiro expulso por falta violenta sobre Nilmar. Com o apito final do árbitro Leonardo Gaciba, ninguém mais segurou a alegria colorada por mais uma vitória no clássico Gre-Nal de número 359. O zagueiro e capitão da equipe, Alexandre Lopes, ergueu a taça do título do Grupo 1 ao som do 'Parabéns para você' que era cantado pelos torcedores nas arquibancadas. Os jogadores do Inter foram ao encontro da torcida para comemorar a conquista que já entrou para a história dos 95 anos do clube.
Jogadores comemoram a histórica vitória sobre o Grêmio no clássico 359 |
Ficha técnica:
Internacional (2): Clemer; Bolívar, Alexandre, Edinho e Chiquinho; Marabá, Wellington, Cleiton Xavier (Fernando Miguel) e Élder Granja (Diego); Nilmar e Oséas (Rafael Sobis). Técnico: Lori Sandri.
Grêmio (1): Tavarelli; Marcelo, Tiago e Claudiomiro; Michel, Cocito, Leanderson, Luciano (Rico) e Guilherme (Anderson); Fábio Pinto (Marcelinho) e Christian. Técnico: Adilson Batista.
Gols: Luciano Ratinho (G), aos 18, e Edinho (I), aos 29 do primeiro tempo; Nilmar (I), aos 7 minutos do segundo tempo da prorrogação.
Arbitragem: Leonardo Gaciba
Local: Estádio Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS).
Gre-Nal do Gol 1000
Foi o clássico da consagração de um jogador: o meia-atacante Fernandão marcou o milésimo gol da história do Gre-Nal na vitória colorada de 2 a 0. O Estádio Beira-Rio explodiu em um só grito de comemoração. O gol histórico de Fernandão rendeu placa no vestiário e uma edição limitada de camisas alusivas ao feito.
A vitória colorada veio no segundo tempo, quando o time treinado por Joel Santana envolveu por completo o Grêmio. Aos oito minutos, Alex cobrou falta para a área e o zagueiro Vinícius cabeceou no ângulo: 1 a 0. Foi o segundo gol do zagueiro em Gre-Nais.
Aos 33 minutos, o gol histórico. Élder Granja ergueu a bola para a área e Fernandão saltou para cabecear com precisão: 2 a 0. Foi o milésimo gol da história dos clássicos. 'Gravei meu nome na história dos Gre-Nais. Prometo bastante garra e empenho dentro de campo sempre', afirmou Fernandão depois da partida.
Fernandão salta para marcar o histórico Gol 1000
Atacante comemora o inesquecível gol
Placa alusiva ao histórico gol
Ficha técnica
Internacional (2): Clemer; Wilson (Fernandão), Sangaletti e Vinícius; Bolívar, Edinho, Marabá, Élder Granja e Alex; Rafael Sobis (Dauri) e Danilo. Técnico: Joel Santana.
Grêmio (0): Tavarelli; Michel, Bilica (Baloy), Claudiomiro e Michel Bastos; Cocito, Leonardo Ignácio (Pitbull), Felipe Mello e Bruno (Élton), Marcelinho e Christian. Técnico: Plein.
Gols: Vinícius (I), aos oito minutos do segundo tempo, Fernandão (I), aos 33 minutos do segundo tempo.
Arbitragem: Paulo César Oliveira (SP), Edmílson Corona e Nilson Monção.
Local: Estádio Beira-Rio.
Invencível no mata-mata
Pela quinta vez consecutiva, o Internacional passou pelo Grêmio em confrontos eliminatórios. As partidas disputadas nos dias 13 e 28 de agosto de 2008 valiam uma vaga nas oitavas-de-final da Copa Sul-Americana. No primeiro confronto, no Beira-Rio, o Gre-Nal acabou empatado em 1 a 1. No jogo decisivo, no Olímpico, o Inter saiu vencendo por 2 a 0 o clássico 373, mas acabou cedendo o empate no final.
Alegria colorada: jogadores comemoram classificação no Gre-Nal da Copa Sul-Americana de 2008
No entanto, o resultado foi suficiente para que a equipe treinada por Tite eliminasse o arqui-rival e desse um importante passo rumo ao inédito título que seria conquistado na final contra o Estudiantes, da Argentina. O Inter, definitivamente, é letal em confrontos mata-mata contra o Grêmio.
> Clique aqui e veja a matéria sobre o Gre-Nal 373
Virada histórica na final do Gauchão
A semana que antecedeu o clássico 387 foi tensa. Após ser derrotado por 3 a 2 no jogo de ida da final do Campeonato Gaúcho, no Beira-Rio, o grupo colorado sofreu muitas críticas. Poucos acreditavam que o Inter conseguiria reverter a desvantagem no Olímpico, afinal, era preciso vencer por dois gols de diferença para ficar com a taça.
Grupo colorado comemora: Inter calou mais de 40 mil torcedores no Olímpico
Mas a mobilização dos jogadores, dirigentes e comissão técnica foi intensa. O time trabalhou forte para buscar a reação na casa do rival. E não deu outra. O Inter foi um gigante no Olímpico e conseguiu superar todas as dificuldades para conquistar a 40ª taça estadual. O time colorado largou a atrás no placar, reagiu e marcou três gols, mas sofreu mais um nos instantes finais do segundo tempo. Placar final do tempo normal: 3 a 2 para o Inter. O título teria que ser decidido nos pênaltis.
Com a serenidade dos campeões natos, o Inter foi eficiente nas penalidades máximas e venceu novamente, desta vez por 5 a 4. Enfim, após uma semana dura, o Campeão de Tudo pôde comemorar a heroica conquista. A taça foi erguida às 18h28min no gramado do Olímpico, para deleite da maior e melhor torcida do Rio Grande!